Cultivada na região desde finais do século passado, a cereja foi a grande responsável pela projecção desta região como região fruteira. As variedades regionais são conhecidas e cobiçadas por todos os operadores que demandam a Cova da Beira. Sendo os grandes pomares de cerejeiras relativamente recentes, a sua apanha não se reveste dos rituais que acompanham outras produções. Contudo, há indícios que comprovam a importância sociocultural e económica da cereja na região desequilibrado orçamento. Aqui cresce e frutifica à maravilha a cerejeira (...). Nas nossas ravinas e encostas, onde o castanheiro se mirrou, plantai mais e mais cerejeiras, enxertai as já existentes em ordem a criar um tipo único que possa impor-se no mercado da fruta.
Uma só cerejeira de bom fruto não tem valor comercial, mas centos delas já podem chamar ao lambisco do interesse de negociantes ladinos, quando por mais temporã a cereja da planície se tiver consumido, virá a nossa mais serôdia, por imposição climática, com a sua polpa rija e sabor delicioso, satisfazer o apetite de uma boa fruta (...)”.